Não entendo, como tanto te amo como te odeio a cada passo que dás, em cada curva do caminho por esventrar. Sento-me num canto qualquer pensativo, tentando perceber o que está errado e nada consigo encontrar. Procuro na vida, efeitos especiais que possam mascarar o que sinto e a vida nada me dá. Procuro, o teu leve sussurrar de palavras ditas milhares de vezes e não encontro as respostas que precisava de ouvir.
Só sei que tanto te amo, como às vezes te odeio! Num esgar de ciúmes, de doença corrompida e esfrangalhada, num apelo de raiva descontrolada, de não te sentir minha mas que quando estás, me fazes feliz, sem o habitual desespero de quando não te tenho que quase resvala para o ódio.
Sei que te amo em cada segundo que passa, em cada sorriso teu, em cada palavra dita, em cada pedaço de ti e sei que te odeio, quando finges que não me conheces, que me atiras para a lama do chão, que me desprezas delicadamente para que eu não sinta, que me fazes esquecer de ti.
Sei que te amo e também te odeio, porque me fazes sofrer, mas também me fazes feliz, que me fazes chorar, mas também me fazes sorrir, que me ignoras, mas também me reconheces, que me procuras, mas também foges de mim, que me olhas de relance, mas também finges que não me vês, que me amas, mas também me odeias, ou fazes-me crer nisso.
Não sei mais que te diga, só sei que te amo, mas que também te odeio!
- Antonio Catela